Em sua casa ele era diferente. Costumava olhar para os seus irmãos como se estivesse vendo pessoas completamente estranhas.
Oposto de tudo e de todos, não se encaixava na vida de sua “própria família”. Era bem complicada a convivência.
Para termos uma pequena ideia, em seu espírito ele já sabia que não iria comer carnes de nenhuma espécie.
Contudo, diante da lei e autoridade de seus pais, que sempre eram reforçadas pelos médicos da época, os quais prediziam que se ele não comece carne iria morrer de anemia. O menino então sofria muito por conta de ter nascido assim, e por ter sua escolha espiritual “livre”.
Como sempre foi magro, imagina vocês, ele com apenas 8 anos magrelinho diante dos olhos “proféticos” dos médicos.
Como naquela época ventava muito, e ventos fortes, volta e meia ele era levado pelo vendo, e alguém sempre tinha que socorrê-lo, o que reforça a imposição dos médicos e a ordem aos olhos de seus pais.
Assim sendo, em suas refeições sempre tinha ao lado, rabo de tatu, pedaço de cabo de vassoura, borracha, cinta, reio de couro, chinelo, pedaço de tronco de planta arrancado da horta, para tal finalidade...
Se não comesse carne: apanhava até sangrar.
Bem, diante da situação, ele começou a lamber as carnes, o que não era o suficiente e então apanhava até conseguir engolir um pequeno pedaço. O que embrulhava o seu estômago a ponto de passar mal.
No entanto, logo o vomitava.
Por causa disso, a coisa ficava um tanto pior! Não era para vomitar. Tinha que segurar no estômago, na marra, aquele pequeno pedaço de carne “para não morrer de anemia”. E aí, o “couro comia”.
Entre comer, vomitar e apanhar não tinha nenhuma diferença.
Pois, para ele as três coisas eram extremamente ruins. Mas, infelizmente, passava por estas três situações, concomitantemente, por causa da “sabedoria” visionária dos médicos.